quarta-feira, 29 de abril de 2015
segunda-feira, 27 de abril de 2015
Terapia com células-tronco para recuperar visão
•Katie
Paper,
modelo e apresentadora ficou parcialmente cega depois de ter sido
atacada com ácido, recuperou a visão após cirurgia com células-tronco.
•Os
médicos usaram tecido da córnea de um doador anônimo para desenvolver as
células, costuradas posteriormente no olho de Katie. Depois, o olho foi coberto
com uma membrana amniótica que envolve o embrião dentro do útero e que foi
doada por mulheres que passaram por cesárea.
Estética e células-tronco
As pesquisas das células-troncos provam sua ação em diferentes áreas da saúde, seja em tratamentos clínicos, patológicos e também para fins estéticos. Neste caso, foram extraídas células-tronco adultas de várias partes do corpo e provada maior diferenciação e eficacia das células retiradas dos adipócitos humanos para tratamentos estéticos tanto corporal como facial. Estas células funcionam
como
um “estoque” de células, regulando a divisão celular e formando “células mães”
que darão origem à população de células do tecido resultando em tratamentos seguros e eficazes.
Polêmicas em torno das células-tronco embrionárias
As discussões em torno das células-tronco extraídos dos embriões humanos, são alvos de críticas, estudos e respaldo jurídico para impedir a sua extração e consequentemente descarte da vida gerada a partir da fecundação.
A igreja católica e demais denominações religiosas corroboram com a tese de que a partir do momento que um óvulo humano é fecundado, já existe vida e a extração das células embrionárias e descarte do óvulo é um tipo de aborto, visto que estas são retiradas do blastocisto com cinco dias de fecundado.
Diante da polêmica gerada em vários países, inclusive no Brasil, já existe lei que proíbe trabalhos com células embrionárias, por mais que a ciência diga que estes óvulos não seriam viáveis para fecundação in vivo.
segunda-feira, 13 de abril de 2015
ELA - Esclerose Lateral Amiotrófica
Células-tronco abrem novos caminhos na esclerose lateral amiotrófica
O que é a ELA8 e porque apesar de ser muito mais comum no Brasil que em outros países essa forma hereditária despertou tanto o interesse internacional?
A ELA8 é uma doença que destrói os neurônios motores e que é causada por uma alteração na sequência de bases do gene VAPB. No Brasil, já foram confirmados mais de cem pacientes com esta forma da doença, além da identificação de casos na Alemanha, Japão e Grã-Bretanha. Apesar de ter sido descrita numa forma hereditária relativamente comum em pacientes brasileiros, a relação da VAPB com a ELA não está limitada aos casos de ELA8. Existem evidências da redução desta proteína em modelos animais e nas formas esporádicas, responsáveis por cerca de 90% dos casos. Por isso estudar essa proteína poderá trazer avanços para todas as formas de ELA.
Pessoas com mutação nesse gene podem ter uma doença agressiva e de rápida progressão, enquanto em outros ela tem início tardio e progressão lenta. Por que é tão importante entender o mecanismo responsável por essa variabilidade?
A variabilidade de quadro clínico na ELA8 é um dos fatores que mais chama a atenção na doença. Ainda são obscuros os motivos que levam à diferença de quadro clínico, mesmo entre irmãos que carregam exatamente a mesma mutação. Desvendar as vias que promovem essa diferença na severidade da afecção isto é, por que algumas pessoas estão mais “protegidas”, pode ser uma das chaves para novas propostas terapêuticas.
Você pode explicar em uma linguagem simples como a partir de células da pele (fibroblastos) de pacientes com ELA8 foi possível conseguir neurônios motores?
O primeiro passo para a obtenção dos neurônios motores foi a geração de células-tronco induzidas, na sigla em Inglês iPSC. Para tanto, após o cultivo in vitro (no laboratório), os fibroblastos de pacientes e de seus irmãos não afetados foram infectados com vetores que carregavam quatro fatores específicos, denominados fatores de Yamanaka. Assim como as células-tronco embrionárias, as iPSC podem ser diferenciadas em quaisquer dos tecidos do corpo, apresentando um enorme potencial de aplicação na pesquisa. As iPSC, tanto de pacientes quanto dos controles, foram induzidas a diferenciação neuronal durante 2 meses, pelo cultivo em diferentes meios de cultura. Desta forma, foi possível gerar um modelo in vitro para a doença, isto é, verificar o que acontecia nos neurônios motores “induzidos” derivados desses pacientes já que não é possível obtê-los diretamente.
Você observou a mesma redução da proteína VAP-B em neurônios motores e em fibroblastos dos pacientes afetados em comparação com seus parentes não portadores da mutação. Qual é a importância disso?
Surpreendentemente, descobrimos que a VAPB é encontrada desde os estágios iniciais do desenvolvimento. A redução desta proteína nas células com ELA8 sugere que quantidades específicas da proteína seriam essenciais para a manutenção e sobrevivência dos neurônios motores, especialmente após a quarta ou quinta década de vida. O fato de encontrarmos a mesma redução nos fibroblastos sugere que essa proteína expressa-se também nessas células. Se isso for confirmado não teríamos que gerar neurônios motores de pacientes- uma técnica muito laboriosa. Poderíamos estudar diretamente os fibroblastos, que são muito mais fáceis de obter.
Qual seria a possível aplicação terapêutica desses resultados se forem confirmados para outros pacientes e outros laboratórios?
Se comprovados que os níveis reduzidos de VAPB estão ligados a diversas formas da doença, seria possível lançar mão de abordagens terapêuticas para suprir a quantidade necessária da proteína. Seria um novo caminho a ser explorado e que pode ser muito promissor. Mas essa hipótese ainda precisa ser testada e diversos estudos são necessários antes de sugerir a expressão da VAPB em células específicas como uma metodologia para o combate à doença.
Você participou como aluno de iniciação científica da identificação do gene da ELA8, um trabalho publicado em 2004 por nosso grupo (que foi a tese de doutorado de Agnes Nishimura) e que teve grande impacto na comunidade científica internacional. Como você se sente sete anos depois, terminando agora seu doutorado com esse trabalho que poderá também trazer resultados relevantes para o futuro tratamento da ELA?
É extremamente gratificante ver os frutos de vários anos de trabalho. Acompanhar como a ciência básica pode ajudar em futuros tratamentos tem um sabor muito especial. Desde o início tive a oportunidade de trabalhar com pesquisadores muito competentes e com pacientes muito colaborativos. Acredito que esta combinação tenha sido essencial para os resultados que conseguimos. Espero que nossas descobertas possam trazer novas frentes de combate a esta doença tão devastadora.
Por Mayana Zatz
Tags: ELA8
A pesquisa que é o resultado de muitos anos de trabalho do grupo do Centro do Genoma da USP começou com o mapeamento e identificação do gene que causa uma forma hereditária de esclerose lateral amiotrófica (ELA8 ou ALS8 em inglês) por minha aluna de doutorado, Agnes Nishimura, que agora faz seu pós-doutorado no Reino Unido. Mais recentemente tivemos a colaboração preciosa do Dr. Alysson Muotri, um brasileiro que dirige hoje o Muotri lab na Universidade da California, onde Miguel estagiou por 12 meses. A pesquisa traz resultados inovadores em relação a ELA8 que poderá abrir novas portas para o tratamento dessa doença devastadora. Para falar mais disso entrevistei o Dr. Miguel Mitne-Neto que é o primeiro autor dessa pesquisa.
A pesquisa que é o resultado de muitos anos de trabalho do grupo do Centro do Genoma da USP começou com o mapeamento e identificação do gene que causa uma forma hereditária de esclerose lateral amiotrófica (ELA8 ou ALS8 em inglês) por minha aluna de doutorado, Agnes Nishimura, que agora faz seu pós-doutorado no Reino Unido. Mais recentemente tivemos a colaboração preciosa do Dr. Alysson Muotri, um brasileiro que dirige hoje o Muotri lab na Universidade da California, onde Miguel estagiou por 12 meses. A pesquisa traz resultados inovadores em relação a ELA8 que poderá abrir novas portas para o tratamento dessa doença devastadora. Para falar mais disso entrevistei o Dr. Miguel Mitne-Neto que é o primeiro autor dessa pesquisa.
PERGUNTAS E RESPOSTAS
O que são células-tronco?
São células encontradas em embriões, no cordão umbilical e em tecidos adultos, como o sangue, a medula óssea e o trato intestinal, por exemplo. Ao contrário das demais células do organismo, as células-tronco possuem grande capacidade de transformação celular, e por isso podem dar origem a diferentes tecidos no organismo. Além disso, as células-tronco têm a capacidade de auto-replicação, ou seja, de gerar cópias idênticas de si mesmas.
Que avanços as pesquisas científicas com células-tronco podem trazer para a medicina? As células-tronco podem ser utilizadas para substituir células que o organismo deixa de produzir por alguma deficiência, ou em tecidos lesionados ou doentes. As pesquisas com células-tronco sustentam a esperança humana de encontrar tratamento, e talvez até mesmo cura, para doenças que até pouco tempo eram consideradas incontornáveis, como diabetes, esclerose, infarto, distrofia muscular, Alzheimer e Parkinson. O princípio é o mesmo, por exemplo, do transplante de medula óssea em pacientes com leucemia, método comprovadamente eficiente. As células-tronco da medula óssea do doador dão origem a novas células sanguíneas. Por que permitir a pesquisa com embriões, se as células-tronco são também encontradas em tecidos adultos? Porque as células embrionárias seriam as únicas que têm a capacidade de se diferenciar em todos os 216 tecidos que constituem o corpo humano. As células retiradas de tecidos adultos têm capacidade de dar origem a um número restrito de tecidos. As da medula óssea, por exemplo, formam apenas as células que formam o sangue, como glóbulos vermelhos e linfócitos.adias. O que a Lei da Biossegurança aprovada na Câmara permite? Ela autoriza as pesquisas científicas com células-tronco embrionárias, mas impõe uma barreira. Poderão ser pesquisados apenas os embriões estocados em clínicas de fertilização considerados excedentes, por não serem colocados em útero, ou inviáveis, por não apresentarem condições de desenvolver um feto. O comércio, produção e manipulação de embriões, assim como a clonagem de embriões, seja para fins terapêuticos ou reprodutivos, continuam vetados. |
Os cientistas podem adquirir os embriões diretamente nas clínicas de fertilização assistida? Sim. O cientista precisa da autorização do conselho de ética do instituto onde trabalha, como em qualquer projeto que envolva a manipulação de material humano. Uma vez autorizado, o pesquisador poderá adquirir os embriões diretamente nas clínicas. Eles deverão estar estocados há mais de três anos e só poderão ser utilizados com o consentimento dos pais, mediante doação. Atualmente, estima-se que o país tenha 30.000 embriões congelados. Qual o motivo da polêmica em torno da lei? Para explorar as células-tronco usando as técnicas conhecidas hoje, é necessário retirar o chamado "botão embrionário", provocando a destruição do embrião. Esse processo é condenado por algumas religiões é como a católica - que consideram que a vida tem início a partir do momento da concepção. Há perspectivas de que no futuro se encontrem técnicas capazes de preservar o embrião, o que eliminaria as resistências religiosas. É possível desenvolver uma técnica para obter células-tronco sem precisar dos embriões? Sim. No início de 2007, cientistas americanos anunciaram a descoberta de uma nova fonte de células "coringa", extraídas do líquido amniótico, que preenche o útero durante a gravidez. Extraídas e cultivadas em laboratório, as células deram origem a vários tipos de células diferentes - ou seja, funcionam como células-tronco. Conforme os cientistas, as células-tronco extraídas do líquido amniótico não são idênticas às células-tronco embrionárias. Em alguns casos, porém, elas funcionam até melhor, dizem eles. Mas a gama de aplicações para esse novo tipo de célula-tronco pode ser menor do que no caso das embrionárias. Qual é o tamanho do embrião quando as células são extraídas para pesquisas? Até o momento, os cientistas conseguiram obter células-tronco de blastocistos, um estágio inicial do embrião com apenas 100 células. Um grupo de pesquisadores americanos conseguiu extrair células-tronco de mórulas, que têm entre 12 e 17 células. Em qualquer caso o embrião é microscópico. As células retiradas são cultivadas em laboratório, e podem render material para diversos anos de trabalho. Em que estágio se encontram as pesquisas de tratamentos com células-tronco? Apenas no caso de leucemia e certas doenças do sangue se pode falar efetivamente em tratamento. As perspectivas ainda são a longo prazo, pois praticamente todas as terapias se encontram em fase de testes, embora alguns resultados preliminares sejam promissores. Os cientistas ainda têm várias questões a resolver, como a possibilidade de desenvolvimento de tumores, verificada em testes com camundongos. E no Brasil, o que existe em termos de pesquisas? Na Bahia, pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz estão tratando com sucesso cardiopatias causadas pela doença de Chagas. No Hospital Pré-Cardíaco do Rio de Janeiro e no Instituto do Coração de São Paulo, células-tronco são usadas em pacientes que sofreram infarto. Também há estudos em vítimas de lesões medulares, diabetes do tipo 1, esclerose múltipla e artrite. Como é a legislação sobre células-tronco em outros países? Nos Estados Unidos, o tema esteve no centro dos debates das eleições presidenciais de 2004. Em 2001, o presidente George W. Bush cortou o financiamento público para as pesquisas, permitidas durante o governo Clinton, mas depois decidiu permitir o financiamento limitado. A lei brasileira é considerada equilibrada, e está bem próxima da legislação aprovada há poucos anos em plebiscito na Suíça. Em alguns países, como a Coréia do Sul e a Inglaterra, a legislação também permite a clonagem terapêutica. O que o uso de células-tronco tem a ver com a clonagem? A "clonagem terapêutica" consiste na transferência de núcleos de uma célula para um óvulo sem núcleo. Este óvulo dará origem a um embrião, do qual se retiram as células-tronco. A vantagem seria evitar a possibilidade de rejeição, caso o doador seja o próprio paciente. Em caso de portadores de doenças genéticas, há ainda a possibilidade de um doador compatível. Este tipo de clonagem é diferente da clonagem reprodutiva, que é quando um embrião clonado é implantado em um útero, com o objetivo de reprodução de pessoas. |
domingo, 12 de abril de 2015
Matéria da revista VEJA, por Mayana Zatz
02/09/2010
às 22:00 \ Sem categoriaAs células-tronco têm memória
Na semana passada, eu contei o resultado de nossas pesquisas mostrando que células-tronco de tecido adiposo têm mais “vocação” para se diferenciar em células musculares do que as retiradas de cordão umbilical. Mas só descobrimos isso quando injetamos as células em modelos animais. Quando cultivadas em laboratório, elas pareciam igualmente dispostas a se diferenciar em músculo. Parece que isso também ocorre com as famosas células IPS – do inglês induced pluripotent stem-cells. Um trabalho recente publicado na revista Nature pelo grupo liderado pelo pesquisador George Daley mostrou que em camundongos as células IPS também têm memória.
Células IPS
Recordando, as células IPS foram descobertas em 2007 pelo pesquisador japonês Shynia Yamanaka. São células adultas reprogramadas que seriam potencialmente iguais as embrionárias. Se comprovado, isso evitaria toda a polêmica ética relacionada à destruição de embriões. Mas será que elas são mesmo iguais às embrionárias, aquelas obtidas de embriões congelados que sobram em clínicas de fertilização? Esse foi o tema de um debate muito interessante em São Francisco, por ocasião de um congresso internacional sobre células-tronco. O pesquisador japonês mostrou o avanço de suas pesquisas e a possibilidade de conseguir células IPS que seriam aparentemente iguais às embrionárias e não teriam o risco de formar tumores.
Um banco de células IPS
O Dr. Yamanaka estava tão entusiasmado com suas células que propôs a criação de um banco de células IPS. Na população japonesa seria muito mais fácil ter uma coleção que fosse compatível com a maior parte da população do que no Brasil com nossa imensa variabilidade étnica. Se confirmada a possibilidade de fazer qualquer tecido a partir de uma célula IPS criar bancos como esse seria fantástico. Fiquei imaginando o futuro. Você iria lá, identificaria a linhagem compatível com você e poderia encomendar qualquer órgão: um fígado, um rim, um coração. Seria como um carro repondo as peças que não funcionam. Mas ainda não chegamos lá.
Qual é a dificuldade?
Na prática parece que a teoria é outra. As células IPS são realmente iguais as embrionárias? Foi o título da palestra de George Daley antecedendo a sua publicação na revista Nature. Realmente, quando cultivadas em laboratório, as células IPS parecem ter o mesmo potencial para formar qualquer tecido. Mas quando injetadas em modelos animais, não é bem assim. Elas guardam a memória de onde foram retiradas e tem um potencial maior para se diferenciar no tecido de onde se originaram.
Ainda precisamos estudar as embrionárias
Isso comprova que, apesar dos grandes avanços, ainda precisamos estudar as embrionárias. Elas vão ser testadas em ensaios clínicos, pela primeira vez, em lesionados medulares, após a recente aprovação pelo FDA. Por isso, é incompreensível a nova proibição de um tribunal americano contra essas pesquisas. Esperemos que o bom senso prevaleça e que seja possível reverter essa ação.
Por Mayana Zatz
OBJETIVO DAS CÉLULAS-TRONCO
Como podem ser
usadas
A pesquisa com as células-tronco é fundamental para entender melhor o
funcionamento e crescimento dos organismos e como os tecidos do nosso corpo se
mantêm ao longo da vida adulta, ou mesmo o que acontece com o nosso o organismo
durante uma doença. As células-tronco fornecem aos pesquisadores ferramentas
para modelar doenças, testar medicamentos e desenvolver terapias que produzam
resultados efetivos.
A terapia celular é a troca de células doentes por células novas e
saudáveis, e este é um dos possíveis usos para as células-tronco no combate a
doenças. Em teoria, qualquer doença em que houver degeneração de tecidos do
nosso corpo poderia ser tratada através da terapia celular.
Para pesquisas de células-tronco, todos os tipos são necessários para
análise pois cada uma delas têm um potencial diferente a ser explorado e, em
muitos casos, elas podem se complementar.
Mesmo após a criação das células iPS (células potencialmente induzidas), não podemos deixar de utilizar as
células-tronco embrionárias, pois sem conhecê-las seria impossível desenvolver
a reprogramação celular. Além disso, embora os resultados sejam muito
promissores, as iPS e as embrionárias ainda não são 100% iguais e o processo de
reprogramação ainda sofre com um mínimo de insegurança por conta da utilização
dos vírus.
sábado, 11 de abril de 2015
Terapias com Células-Tronco
Existem 2 tipos de terapia com células-tronco.
Terapia com células-tronco heterólogo
Utiliza-se células-tronco de outro indivíduo no paciente que receberá
a aplicação de células tronco. Na terapia de células-tronco heterólogo existe a possibilidade de
reação de incompatibilidade pois as células-tronco utilizadas não são do mesmo
indivíduo.
Terapia com células-tronco autólogo
Utiliza-se as células-tronco do próprio indivíduo que receberá a terapia.
Atualmente a medula óssea é a fonte mais conhecida e estudada de células tronco
do adulto, apesar de pesquisas apontarem que existe células-tronco em outros
tecidos como a gordura e o próprio sangue periférico. Na terapia com
células-tronco autólogo não existe a possibilidade de reação de
incompatibilidade pois as células-tronco utilizadas são do mesmo indivíduo.
sexta-feira, 10 de abril de 2015
TIPOS DE CÉLULAS-TRONCO
As Células-Tronco quanto a sua natureza, podem ser: Embrionárias e adultas que são oriundas de fontes naturais e as pluripotentes induzidas, que são obtidas por cientistas em laboratório desde 2007.
Células-tronco embrionárias
·
Estas células são encontradas nos embriões humanos no estágio de blastocisto (4 a 5 dias após a fecundação) e são classificadas como totipotentes ou
pluripotentes, dado seu alto poder de diferenciação. Estes embriões descartados
(inviáveis para a implantação) podem ser encontrados nas clínicas de reprodução
assistida ou podem ser produzidos através da clonagem para fins terapêuticos. Na figura abaixo, a região circulada em vermelho é chamada Massa
Celular Interna e é esta massa de células que
chamamos de células-tronco embrionárias.
Células da Massa Celular Interna sendo extraída do blastocisto
para obtenção das células-tronco embrionárias.
Em uma fase posterior ao embrião de 5 dias, ele já apresenta estruturas mais
complexas como coração e sistema nervoso em desenvolvimento, ou seja, as suas
células já se especializaram e não podem mais ser consideradas células-tronco embrionárias.
O corpo humano possui, aproximadamente, 216 tipos diferentes de células e as
células-tronco embrionárias podem se transformar em qualquer uma delas.
Células-tronco adultas
Na fase adulta, as células-tronco encontram-se, principalmente, na
medula óssea e no sangue do cordão umbilical. Elas podem se dividir para gerar uma célula
nova ou outra diferenciada. As células-tronco adultas são chamadas de
multipotentes por serem menos versáteis que as embrionárias.
As células multipotentes, são extraídas dos
diversos tecidos humanos, principalmente: medula óssea, sangue, fígado, cordão
umbilical, placenta etc. (estas duas últimas são consideradas células adultas,
haja vista a sua limitação de diferenciação), mas cada órgão do nosso corpo possui um pouco de células-tronco para poder renovar as células ao longo da nossa vida. Nos tecidos adultos também são
encontradas células-tronco, como medula óssea, sistema nervoso e epitélio.
Entretanto, estudos demonstram que a sua capacidade de diferenciação é limitada e que a maioria dos tecidos humanos não podem ser obtidas a partir
delas.
Células-tronco induzidas
As primeiras células-tronco
humanas induzidas foram produzidas em 2007, a partir da pele. E tem sido daí
que são retiradas as células para reprogramação, mesmo que teoricamente,
qualquer tecido do corpo possa ser reprogramado. O processo de reprogramação se
dá através da inserção de um vírus contendo 4 genes. Estes genes se inserem no
DNA da célula adulta, como, por exemplo, uma da pele, e reprogramam o código genético.
Com este novo programa, as células voltam ao estágio de uma célula-tronco
embrionária e possuem características de auto-renovação e capacidade de se
diferenciarem em qualquer tecido.
Estas células são chamadas de células-tronco
de pluripotência induzida ou pela sigla iPS (do inglês induced
pluripotent stem cells).
Esquema mostra como é feita
a reprogramação das células da pele através da inserção dos vetores virais.
quinta-feira, 9 de abril de 2015
A HISTÓRIA DA CÉLULA TRONCO
Theodor Schwann fisiologista alemão, fundador da teoria celular e neonuclear |
Cientistas têm se interessado em biologia celular desde o advento dos microscópios em 1800. A propagação e diferenciação celular foram testemunhados pela primeira vez e as células foram reconhecidos como os blocos de construção da vida, capaz de darem origem a outras células, a chave para o desenvolvimento da compreensão humana.
Desde que o fisiologista alemão Theodor Schwann lançou, em 1839, as bases da teoria celular, pesquisadores de todo o mundo sentiram-se instigados com a possibilidade de gerar um organismo adulto completo a partir de apenas uma célula. Pesquisas com células-tronco avançam na busca de tratamentos para muitas doenças que afetam milhões de pessoas. No século XX vários embriologistas, entre eles os alemães Hans Spermann e Jacques Loeb começaram a decifrar os segredos das células-tronco por meio de experimentos com células de embriões.
No início de 1900, pesquisadores europeus perceberam que existem vários tipos de células do sangue por exemplo, glóbulos brancos, glóbulos vermelhos e plaquetas, todas originavam de uma particular célula, as " células-tronco". No entanto, não foi até 1963 que as primeiras descrições quantitativas das atividades de auto-renovação de células da medula óssea foram documentadas por pesquisadores os canadenses Ernest A. Mac Culloch e James E. Till.
Todos os 200 tipos celulares distintos encontrados entre as cerca de 75 trilhões de células existentes em um homem adulto, derivam das células precursoras denominadas células-tronco (células-mãe). São células mestras que têm a capacidade de se transformar em outros tipos de células, incluindo as do cérebro, coração, ossos, músculos e pele. O processo de geração das células especializadas - do sangue, dos ossos, dos músculos, do sistema nervoso e dos outros órgãos e tecidos humanos - é controlado pelo genes específicos na célula-tronco. Compreender e controlar esse processo é um dos grandes desafios da ciência na atualidade.
Pesquisas com células-tronco adultas em animais e em seres humanos está em andamento desde esse tempo, e transplantes de medula óssea - que é na verdade um transplante de células-tronco adultas - foram efetivamente utilizados em pacientes desde a década de 1950.
A evolução da biotecnologia nos anos de 1980 e 1990 viu a introdução de técnicas de segmentação e alteração do material genético e métodos para o crescimento de células humanas em laboratório. Esses avanços abriram as portas para a investigação e cultivo de células tronco humanas em laboratório.
Então, em 1998, James Thomson, cientista da Universidade de Wisconsin em Madison, com sucesso retirou células tronco de embriões em clínicas de fertilidade e as cultivou em laboratório, estabelecendo a primeira linhagem de células-tronco embrionárias humanas.
Desde esta descoberta, uma pletora de evidências emergiu para sugerir que essas células-tronco embrionárias são capazes de se tornar quase todas as células especializadas do corpo e, portanto, têm o potencial de gerar células de reposição para uma ampla variedade de tecidos e órgãos como o coração, fígado, pâncreas e sistema nervoso.
O progresso na pesquisa de células-tronco cresce de maneira acelerada mais de 3.000 trabalhos de pesquisa com células-tronco embrionárias e adultas estão sendo publicados em revistas científicas conceituadas a cada ano.
A pesquisas com células-tronco embrionárias em humanos esbarra em várias questões éticas e religiosas o que não ocorre com a utilização de células-tronco adultas que já estão sendo utilizados em várias condições há mais de 40 anos como exemplo o transplante medula óssea para leucemia.
As evidências demonstram que a células tronco adultas têm efeito benéfico em várias outras doenças como as neurológicas, endocrinológicas, imunológicas, reumatológicas, dermatológicas, etc, e que por ser células do próprio organismo não existe o problema da rejeição ou incompatibilidade. Já os passos da utilização das células tronco embrionárias são mais lentos devido as questões éticos e religiosos.
A terapia com células-tronco autólogo da medula óssea já é utilizada há mais de 35 anos para doenças onco-hematológicas (ex: leucemias, linfomas e etc), podemos dizer que já são indicações convencionais devido ao longo tempo que já é utilizado. Já a sua aplicação em doenças mais comuns e prevalentes com as doenças crônico degenerativas ( ex: Doença de Parkinson, diabetes tipo I e II, Lupus, artrite e etc) são indicações não convencionais pois apesar de recentes evidências de eficácia e segurança, seu conhecimento é novo e sua aplicação não faz parte da rotina médica tradicional.
A terapia com células-tronco autólogo da medula óssea já é utilizada há mais de 35 anos para doenças onco-hematológicas (ex: leucemias, linfomas e etc), podemos dizer que já são indicações convencionais devido ao longo tempo que já é utilizado. Já a sua aplicação em doenças mais comuns e prevalentes com as doenças crônico degenerativas ( ex: Doença de Parkinson, diabetes tipo I e II, Lupus, artrite e etc) são indicações não convencionais pois apesar de recentes evidências de eficácia e segurança, seu conhecimento é novo e sua aplicação não faz parte da rotina médica tradicional.
A terapia com células-tronco autólogo da medula óssea já é utilizada há mais de 35 anos para doenças onco-hematológicas (ex: leucemias, linfomas e etc), podemos dizer que já são indicações convencionais devido ao longo tempo que já é utilizado. Já a sua aplicação em doenças mais comuns e prevalentes com as doenças crônico degenerativas ( ex: Doença de Parkinson, diabetes tipo I e II, Lupus, artrite e etc) são indicações não convencionais pois apesar de recentes evidências de eficácia e segurança, seu conhecimento é novo e sua aplicação não faz parte da rotina médica tradicional.
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